Observem atentamente o que os números revelam. Estamos tendo uma grande movimentação no consumo de vinhos importados, o consumidor está delineando, o que virá a ser um dia, o padrão de comportamento do consumidor brasileiro de vinho, estamos presenciando esta construção, e acredito que, percepção de qualidade, faça parte do contexto deste padrão, é o que me ocorre, com as variações para as quais os números apontam, surpreendentemente, no ano de 2013.
O levantamento estatístico foi elaborado, pelo consultor internacional Adão Augusto. A. Morellatto, com base em estudo dos dados do BACEN, SRF e MDIC.
Coloco para os colegas, um resumo das informações levantadas, foram considerados vinhos e espumantes.
Em relação ao ano de 2012, houve uma variação de -3,225%, influenciada segundo ele, pela alta valorização cambial:
15,37% do dólar
19,90% do euro
Estão listados a seguir, os 6 países que abocanharam 96,28% do volume de vinhos importados, que aportam no Brasil.
1º lugar – Chile
Permaneceu na liderança com 37,89% de share market, com uma queda de 3,10% e um aumento de 2,89% no custo médio.
2º lugar – Argentina
Apresentou queda de 14,42%
3º lugar – França
Apresentou um crescimento de 4,07%
4º lugar – Portugal
Apresentou queda de 1,48%
5º lugar – Itália
Apresentou queda de 1,09%
6º lugar – Espanha
Que surpreende, com um crescimento de 8,07% com vinhos 90,77% mais caros, do que os Portugueses e 25,57% mais caros, que os italianos.
Como os profissionais sabem, tanto quando eu, a Espanha está longe de fazer investimentos de divulgação no Brasil e dentre os 6 países dos quais mais compramos vinhos, é o que menos investe neste sentido, ao passo que Portugal e Itália investem pesado, oferecendo grandes eventos de degustações, voltados aos profissionais, bem como formações na área, sendo seguidos pela França, Chile e Argentina.
No ano passado não estive em um único evento, patrocinado diretamente pelo governo Espanhol.
Assim, ao que se deve tal crescimento, senão à fidelização do consumidor, que se rende aos encantos do Tempranillo, da Garnacha, da Monastrell, do Pedro Ximenez, da Viura, da Godello, da Verdejo, do Albariño dentre outras castas espanholas?
O vinho espanhol traz com ele, uma harmonia e estrutura que impressiona, apesar de todas as variações naturais, dentre estilos e da proposta do vinicultor, diante de todas as gamas das linhas que coloca no mercado, não podemos esquecer, que um país no geral, acaba assinalando uma identidade para o seu vinho, de uma forma ou de outra, isto acaba sendo notório.
E o vinho espanhol tem raça, tem estrutura e surpreendam-se, os que não o degustam faz tempo, ele pode também ter aquela “fruta” (aromas frutados) que atrai o novo consumidor de vinhos, mas, vejam bem, não é só de "fruta" e álcool que se faz um vinho, isto tem muito por ai… Percebem porque cheguei na estrutura?
Estamos a caminho de muitas novas descobertas, de nossa identidade, como consumidores e como tal, da identidade do vinho de cada canto do mundo, e pelo que a pesquisa aponta, a Espanha vem se revelando como detentora máxima, de nossa atenção, no último ano.
Vamos a ela… Salud!!!!
Enoabraços,