Como venho assinalando, depois de toneis e mais toneis de vinhos importados ao longo desta última década, começo a me achar apta, a decifrar os prazeres aqui de nossa terra, e tenho me surpreendido positivamente, com muitos rótulos, alguns deles, ainda ilustres desconhecidos da maioria dos enófilos, assim, sempre que possível, irei apresentar as novidades em se tratando de vinhos brasileiros.
Não negarei que observo, entre os apreciadores de vinhos, os chamados enófilos (não são os especialistas, não são os que estudam os vinhos e sim os que curtem bebe-los), resistência em experimentar o vinho nacional, isto é ato em absoluto desuso, que cairá no esquecimento em breve, quando os tais, perceberem que não estão fazendo bom negócio, com esta resistência descabida, em conhecer, diversificar e desvendar os mistérios de nosso terroir.
Vinho não é Coca-Cola, e não tem que ter sempre o mesmo gosto, vinho é diversidade, um chardonnay não tem que se parecer sempre com um Chablis, ou então estaríamos tentando produzir Coca-Cola. Diversidade é possibilidade de ousar, de inovar, de representar um pedaço de um país, é muitas outras coisas também, menos estaticidade. Se eu comparo, eu estou querendo generalizar, a Coca-Cola eu posso comparar, pois ela deve ter sempre o mesmo gosto, é aquilo que eu comprei, é aquilo que eu espero, diferentemente é uma garrafa de vinho, que é, a expressão de um local, de um método, de técnicas específicas, de possibilidades de um terroir, isto é único e isto sim é muito especial, mesmo numa determinada linha de vinhos, não podemos estabelecer similaridade absoluta, pois de safra a safra, as condições mudam e a uva também, suas substâncias, sua expressão.
Esta falta de possibilidade, de se permitir apreciar expressões diversas na psicologia, assinalamos como falta de flexibilidade, para tal é necessário alongamento mental, ou seja… possibilidade de se permitir, mas quem vai com resistência, não consegue, envelhece antes da hora.
Ou seja, na minha visão, considero os resistentes em conhecer as nossas delícias brasileiras, como anciões decadentes e démodés, tenham a idade que tiver, estão presos a fórmulas e conceitos, sem conseguir entender, a jovialidade de nosso vinho, que evolui galopantemente, a cada nova safra. Se ele não se permite experimentar, como ele poderá acompanhar esta evolução?
Lembro de ter degustado vinhos de algumas vinícolas brasileiras, há uns 5 anos e recentemente novamente, a mudança foi brutal, a elegância e o equilíbrio, vem ocupando espaço, na expressão do vinho brasileiro.
Claro que esta resistência, que eu assiná-lo, não é acessório dos leitores do Vinho e Delícias, porque os leitores do Vinho e Delícias, pelo que me escrevem, querem ampliar horizontes, querem experimentar, querem conhecer, querem diversificar, querem apreciar a vida, com vinho e delícias, já que reconhecem, que um dos grandes prazeres da vida é a descoberta, já pensaram a monotonia de um mundo repetitivo e não inovador?
Ufa!… Ainda bem que não estamos presos a estas amarras!
Vamos lá… Ao prazer da descoberta, exercício para a mente e para sua jovialidade, e olhe que nem estou falando, das vantagens anti-oxidantes, do resveratrol…
Enoabraços,
0 comentários :
Postar um comentário