Wine Lounge, deste, os “passeadores de eventos” ficam de fora.

FRANCE/
Discreto, para poucos privilegiados e pessoas realmente da área, acontece o Wine Lounge, porque bicos, se querendo fazer passar por profissionais, infelizmente é o que mais tem nos eventos em  geral.
As assessorias tem dificuldades de selecionar e se deixam levar por conversas e tapeações, do tipo: Sou distribuidor de vinhos, ou minha família tem uma importadora em Minas, e por ai vai, os homens em geral, são hábeis em enrolar as mocinhas, não todas, por sorte.

A mim me parece simples a seleção, mas parece não ser para todos, depois ouvimos a decepção com a frequência nos eventos, nos comentários dos produtores.

Se quer ter um mínimo de controle, é simples:
Mídia? Escreve? Onde? Qual a visibilidade do órgão, tem índices para isto, é só consultá-los.
É profissional?  Apresente o cartão da empresa,  faz-se a conferência junto à empresa, e  sem essa de consultor ou degustador profissional, se é degustador ou consultor, deve ter formação compatível,  deve ser sommelier, então cai na categoria abaixo.
É sommelier, ou profissional formado em vinhos? Apresente a carteira de profissional ou a carteira de aluno em formação.
Simples, se não se encaixar em nenhuma destas áreas, não é profissional, cairia na categoria apreciadores de vinhos.

Já perceberam, que se eu fosse dessas assessorias, reduzia bem o custo com os que chamo de “passeadores de eventos”, que muitas vezes, não sabem nem um mínimo de comportamento, acabando bêbados, e oferecendo a todos nós, profissionais, uma desconstrução da imagem perante os produtores, que estão apresentando seus vinhos, nestes eventos, porque afinal, eles pensam, que todo os que estão ali, são profissionais e a imagem do profissional brasileiro fica comprometida, por bicos despreparados e bebuns.

Hora de colocar ordem na casa, evento aberto a todos, é assim e pronto, tem horário para tal, ou convite a venda,  e evento para profissionais, tem o cunho de negócios, e portanto não tem cabimento nem para o produtor, nem para a importadora, que busca divulgação e vendas on e off trade, gastos com os “passeadores de eventos”, já que eles vão, apenas para se divertir e muitas vezes beber gananciosamente (falando de forma elegante), e não oferecem divulgação, nem em mídia e nem em atividades de sommelier, e nem possibilidades de negócios, e portanto, só oferecem gastos à importadora, aos produtores e às associações que oferecem e bancam o evento.
Quem realmente quer ser deste universo dos vinhos, que seja, com categoria, seriedade e profissionalismo, as escolas estão ai e oferecem vagas para quem quiser aprender e se profissionalizar, depois… depois da formação, que é o primeiro passo,  procure o nicho com o qual se identifica e trabalhe nele, afinal o mundo do vinho precisa de gente capaz, para torná-lo amplo e acessível ao consumidor final.

Do Wine Lounge da Wine Brands e seus vinhos especiais, falarei nesta semana ainda e com muito prazer.

Enoabraços,

4 comentários :

Rodrigo Rodrigues disse...

Oi Camila, tudo bem?

Achei seu desabafo meio forte, mas o entendo perfeitamente.

Meu caso: hoje trabalho com vinhos, representando uma importante importadora no interior de SP, comecei meus estudos pelo WSet e meu próximo passo é o nív 3 e continuo estudando, sendo em leituras de livros, sites e blogs como o seu.
Eu sempre achei o meio profissional "vínico" restrito, talvez até por conta dos figuras que tem outro objetivo, beber e beber, etc.
Eu, antes de trabalhar com vinhos, sempre tive o receio de não ser bem visto nas degustações/nos eventos de modo geral (e muitos deixei de ir), por inibição e de imaginar que seria um evento para experts, dentre outros. Mas os eventos no qual participei (mesmo antes de trabalhar com vinhos), sempre tive a preocupação de saber degustar e aprender e não de me embebedar, mas nunca me passei por algo que não sou.
Ao mesmo tempo, também se vê, "profissionais" que trabalham na área também saindo da linha e eu já pude presenciar algumas situações!
O que quero dizer com este exemplo, acho sim que o não profissional queira e deva ter a oportunidade de participar dos eventos, claro, com toda a dignidade (sem mentiras, sem trapaças) e que este deva ser bem visto pelos profissionais (que muitas vezes o recrimina por não ter um crachá escrito profissional ou algo do gênero e isto existe, infelizmente) desde que, participe com desenvoltura, respeitando a todos ao seu redor, ou seja, sem vexames, sem querer degustar somente os vinhos mais caros e um monte de etc...
Eu, hoje quando me inscrevo para participar de eventos, digo sim que sou profissional, mas nunca tive a necessidade de apresentar carteira de trabalho, cartão de visita, pin do Wset, etc, o que acho que seria bem desagradável que assim fosse feito, mas porque sou muito transparente e não aproveitador.
Apesar de fazer crítica ao seu desabafo, entendo sua reflexão em combater aos que deixam o evento fora de foco.
Ainda não tive a oportunidade de conhecê-la pessoalmente (é possível que a tenha visto rapidamente no DWS) e acompanho sempre seu blog que tem muita coisa interessante e de aprendizado.
Irei 3a feira no Vinhos do Alentejo e caso a encontre, será um prazer.
Obrigado, um abraço,
Rodrigo

Camila H. Coletti disse...

Olá Rodrigo, boa noite!
Não considero que minhas colocações tenham sido um desabafo, e sim uma análise rápida de algo que já observo faz tempo. Como sabe, está no Vinho e Delícias, antes de me dedicar a formação nos últimos anos, para vir a ser uma profissional do vinho, sou psicóloga e portanto especialista em comportamento humano. Quando eu era leiga no tema vinhos, embora apreciadora deles, ia a eventos abertos, adquirindo convites, depois me tornei aluna e passei a frequentar aqueles, onde as vagas permitiam a frequência de alunos da ABS-SP e de lá para cá, venho galgando minhas conquistas na medida em que me especializo e tenho algo mais a oferecer.
Quanto a minha sugestão de comprovação, não vejo nada de vexatório, mesmo porque, eu apresento minhas credenciais de psicóloga sempre que frequento algum congresso da área. Isto é normal em qualquer atividade profissional séria.
O que critico, mais do que a deselegância da bebedeira é a "malandragem", querer se passar por quem não é, gostaria de ser outra coisa, quer mudar? Mude, estude, se desenvolva, abra seu caminho com competência e não com mentiras... que tem pernas curtas, e não pode correr das pessoas mais observadoras como eu, apreciadora da seriedade e que detesta gente metida a malandra.
Eu estava sim no evento do Alentejo, inclusive na saída, ouvi alguns que já haviam bebido demais, se intitularem os protagonistas desta minha matéria e olhe só, eu não citei ninguém...e fui cuidadosa para não dar uma dica que pudessem ser REVELADORA, porque se desse todos saberiam de quem eu falei... Como é mesmo a história da carapuça que serve?... ou terá sido a frase: Quando a bebida entra a verdade sai...rs...
Obrigada por seus comentários e pela visita ao Vinho e Delícias!
Abraços e uma belíssima semana!

Rodrigo Rodrigues disse...

Oi Camila, boa tarde,

Em síntese, concordo com a indignação dos que vão aos eventos simplesmente para se embriagar e falar bobagens.
E aos enganadores ou "usurpadores", para estes falta personalidade e humildade, como também para os metidos que sempre fazem plantão.

Rss, achei engraçado você ter observado algumas pessoas se autoidentificando como tal; eu não as encontrei. Também não a encontrei, o que gostaria para me apresentar e nos conhecermos, mas acredito que não faltará oportunidades!

Parabéns pelo sucesso no ranking do enoblogs, que independente de quem fica em primeiro ou não, o resultado se dá pelo trabalho e textos sérios de aprendizagem sobre o vinho; e certamente sou um dos acessos diários no Vinhos e Delícias!

Um abraço e boa semana também, nos encontramos por aí!

Camila H. Coletti disse...

Pois é Rodrigo...rs... foi engraçado mesmo, porque eles me conhecem e ao me aproximar da porta de saida, tive que passar ao lado deste grupo, então rapidamente uma pessoa falou...é ela, ela pergunta o que a gente faz e depois escreve tudo no site dela...rssss... Mas eu não falei quem era!!!!... Mal sabem que são muito mais conhecidos nos meio do que imaginam...entre reuniões de profissionais, alguns acabam comentando, todos os conhecem.
Carapuça meu amigo quando serve cai como luva....rs...
O maior problema é que eles entendem isto como festa,folia, bagunça, zueira e não é...é trabalho, é dinheiro investido, e estou sabendo que tem produtor querendo desistir de investir neste tipo de evento, pois só dá despesas para ficar divertindo passeadores de eventos, ão é esse o objetivo. Trabalho é trabalho, tem que trazer resultados e com isto com a complacência excessiva a este grupo, e a falta de visão profissional a médio prazo, perderemos todos nós, profissionais, pois teremos menos oportunidades de analisar vinhos diferenciados e desenvolver projetos profissionais, junto aos produtores.
Obrigada pelas visitas e pelo papo... ;-)
abraços e uma belíssima semana