Vinho oxidado e vinho bouchonné

Wine Corks

Defeito do vinho é tema para profissionais, enólogos, sommeliers, alguns bons especialistas e críticos de vinhos,   se já criticam um sommelier por suas habilidades, depois de anos de treino, imaginam o que significa, um leigo, um enófilo, querendo entrar nestas análises, eu suponho que foram eles, alguns membros deste grupo de enófilos, que foram homenageados com o título famoso e depreciativo, enochato, que atazana em festas, querendo demonstrar conhecimentos, os quais via de regra não possui, gerando muita confusão e desinformação.

ATENÇÃO: Se você veio para esta postagem por outro BLOG, te recomendo que leia minha resposta à grosseria e falta de classe desta pessoa, no link a seguir.
Obrigada pela divulgação, clara ou obscura.

Citarei 2 dos defeitos, que podem aparecer no vinho  e que são aqueles, dos quais se fala mais e geralmente de forma equivocada, sendo que são bem diferentes, nos aromas, podendo apresentar indícios também nas cores, dependendo do tempo que o evento iniciou o processo.
Vinho oxidado – é o estado do vinho que entrou em contato excessivo com o oxigênio, depois de estar na garrafa, no processo redutivo, dando origens a reações químicas diversas.  Desencadeado por vários motivos, mas geralmente por alguma falha da rolha, muitas vezes, resultado de um vinho que foi guardando em pé, ou então em condições de baixa humidade, gerando o ressecamento e encolhimento da rolha,  e assim o oxigênio entra na garrafa, oxidando o vinho, que apresenta então,  aromas característicos e pode apresentar alteração de cor, só detectável, por quem conhece bem as cores por castas e idade do vinho, sem falar que em alguns vinhos, notas de oxidação não são consideradas defeitos.
Vinho bouchonné (Em francês bouchon, significa rolha, assim o termo poderia ser traduzido como “rolhado”) – é o estado do vinho, que entrou em contato com a rolha contaminada pelo TCA (tricloroanisol), uma reação que acontece resultante da interação de 3 fatores, relacionados aos tratos na vinícolas, instalações e substâncias da rolha em si,  e que quando acontecem, resultam em reação na rolha, que por sua vez, acaba por contaminar o vinho. Quando em estado inicial, elimina completamente, os aromas naturais do vinho,  e em estado mais avançado,  passa a ele, forte aroma desagradável, que costuma ser comparado, ao aroma de pano molhado depois de 3 dias, ou seja,  horrível e nada a tem a ver, com a oxidação do vinho, que se mostra de forma bem diversa, tanto em aromas quanto em cor.
Perceberam a diferença teoricamente, mas na prática, é preciso experiência para detectá-los, assunto para enólogos e sommeliers, bem treinados, também não basta ser sommelier para automaticamente ser bom em análise organoléptica de vinhos, mesmo porque, aqui entram habilidades pessoais muito específicas e investimento em treinamento, o que não significa, entrar em eventos e beber nos stands, estou falando de degustações técnicas.

Análises são para profissionais, aliás todo concurso que analisa vinhos e se preza pela seriedade e qualidade do resultado, só convida enólogos e sommeliers para esta tarefa,  e é assim, que podemos ter um pouco mais, de confiabilidade de resultados. Concurso que não se atém a este ponto, não deve ser considerado, escrever sobre vinhos, é uma coisa, existem bibliotecas enormes para serem consultadas e se pode escrever milhões de livros, mas  análise de vinho  é outra “muito diferente”. Ao enófilo, cabe apreciar o vinho, curtí-lo, ter impressões e sensações sobre ele,   gostar ou não dele, simples assim, sem enochatices, deixando os termos técnicos, apenas para os especialistas, se achar que o vinho está com problemas, converse com o responsável pela casa, onde comprou o vinho, certamente se você estiver em uma casa séria, será muito bem atendido.

Noto que as pessoas se perdem em confusões, falam em simplificar o vinho e por outro lado querem entrar em temas técnicos???? Não tem algo errado ai? Quem é que está complicando?

Querem ou não querem simplificar o vinho?

Como sempre, a famosa falta, daquela pitadinha de coerência a mais, para dar aquele toque de lucidez à receita.


Enoabraços,

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