Vinho de 17 reais é indicado pelo Luiz Horta, no seu Guia dos melhores de 2013

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Será possível, um vinho com este preço aqui no Brasil, ter qualidade mínima, para o nosso enófilo, já acostumado à vinhos equilibrados e completos? Ou será mais um vinho a ser vertido na pia?
Encontrar um vinho de R$ 17,00 para o dia a dia é o sonho de todo enófilo, que gosta de ter vinhos de qualidade, em sua adega, à sua disposição.
Foi indicado um vinho, de uma determinada linha e citado, que a mesma, tem outros vinhos, que podem ser absorvidos como viáveis, dentro da proposta de vinhos para o dia a dia.
Sei que um vinho, deve ser qualificado dentro da faixa a que pertence, e por isto mesmo, estou em busca dele, nem irei citá-lo, pois não o encontro, mas, está no Guia, quem o adquiriu encontrará nele.
Eu falarei apenas, após os meus testes.
Comprei dois vinhos, que pertencem à linha, já abri um deles, não posso dizer que seja um vinho completo, pega naqueles pontos frágeis, em vinhos populares, não tem corpo, tipicidade e menos ainda persistência, mas por outro lado, considerando-se, como disse acima, a faixa a qual pertence, não é um vinho que decepciona, não tem amargor, isto a meu ver é um ponto crucial,  e nisto sou boa para detectar, qualquer menor sinal de amargor, eu percebo, assim o vinho em questão, entrega o que se propõe a entregar na faixa do preço a que se insere, e com um certo charme especial, boa fruta, macio em boca.

Recentemente comprei um vinho, de um grande importador e supermercado, vinho que paguei mais de 30 reais, e foi indicado por alguns blogs, vi no Enoblogs, por mais de um deles/as, no entanto o vinho era péssimo, continha o amargor, daquele tipo originário das sementes e falta de limpeza dos bagos, perceptível pela prensagem excessiva e o pior, me deu uma enorme dor de cabeça, achei que estivesse indisposta e voltei a degustá-lo no dia seguinte, o resultado foi o mesmo, cabeça explodindo em menos de 30 minutos.

Como sabem tenho degustado bastante nos últimos anos, vou a muitos eventos e certamente não foi problema de alergia ao vinho, pois não o tenho, a não ser que o mesmo contenha substâncias outras, alienígenas ao processo.  Apenas não disse aqui, simplesmente para não prejudicar a imagem dos colegas que o indicaram, mas futuramente irei elaborar uma matéria "sobre as geladas" das indicações furadas de vinhos.
Estou procurando este vinho indicado pelo Luiz Horta nos mercados e como o primeiro se mostrou possível e dentro da faixa aceitável, degustarei os demais. O indicado pelo Luiz, um Gewurstraminer, quando encontrá-lo, falarei da linha toda.
Afinal beber no dia a dia, vinhos na faixa de preço, que chegam aqui, em SP, tanto os nacionais, como os importados, vinhos de qualidade superior, pode ser fácil para alguns, mas certamente não para a maioria e o Vinho e Delícias, tem a proposta, acima de tudo, como um projeto pessoal meu,  de trabalhar no sentido de ampliar as possibilidades de consumo consciente do vinho, pelas delícias que se encontra neste universo, seja pelo conhecimento, pela expressão da natureza que ele engloba, pelos claros benefícios à saúde, além é claro, do inesquecível prazer contido em uma taça.
Eu usufruo de todos estes prazeres... ;-)
Enoabraços,

2 comentários :

Rodrigo Rodrigues disse...

Olá Camila, boa noite,

Realmente achar um vinho abaixo de R$ 20, que entre para a lista dos melhores de 2013, é algo maravilhoso; mas esta é a opinião do Luiz Horta, né?
Embora ele tenha um paladar habilidoso, experiente, treinado, técnico, tem a opinião/gosto pessoal.

O que para mim é enfático no seu texto é o fato de provarmos, provarmos e sobretudo opinarmos, mesmo quando o Luiz, o Parker, a Jancis, a Camila gostou, elencou, pontuou, coisas deste mundo vínico. Assim, sua prova em degustar o tal vinho que muitos blogueiros "adoraram"/indicaram e não gostar, acho rico. Até você tem seus parâmetros e gostos também.
Tudo isto, para dizer que acho muito válido e rico a experiência do porque não confrontar ou concordar com a crítica "especializada" e que muitas vezes é tendenciosa e emitir sua própria avaliação; isto gera aprendizado, parâmetros e economia!

Enoabraços, Rodrigo

Camila H. Coletti disse...

Olha Rodrigo, participo de muitas degustações e sempre com pessoal especializado, alguns mais e alguns menos, mas um vinho quando é muito bom, geralmente agrada a todos. Ele supera a posição e o gosto pessoal, ele simplesmente é.
Gosto pessoal, não se refere ao vinho ser bom ou ruim e sim ao vinho ser de um estilo ou outro, você pode detestar um tannat e amar um Pinot Noir, isto é gosto pessoal, mas se for um profissional saberá isolar isto e poderá diferenciar um tannat bom de um tannat ruim, mesmo não sendo apreciador do estilo. Este é o papel de um profissional sério, ele passa por cima do gosto pessoal e percebe as qualidades num vinho, mesmo que ele não o aprecie. Eu sou assim por exemplo com os Brunellos que via de regra, não atendem ao meu estilo pessoal, mas reconheço um Brunello de estirpe quando o encontro, embora nunca vá pensar nele como o vinho que quero na minha taça. O problema é quando a recomendação vem de um leigo, ai sim a coisa pega pois ele não está treinado para saber o que é gosto pessoal, e o que deve ser analisado em um vinho. Este treinamento depois da formação leva anos de degustação, só então ´que se começa a poder opinar de outra forma será somente "gosto pessoal". Não é o caso do Luiz Horta e sua recomendação deve ter valor sim, acredito que este vinho tenha seus encantos. Espero encontrá-lo em breve.
Obrigada pela visita,
enoabraços,
Camila