Grenache Noir - Uva pouco conhecida e muito degustada.



Grenache Noir 

Uva pouco conhecida aqui no Brasil, por raramente ser vinificada como varietal, no entanto certamente a grande maioria de vocês já a degustou em uma das suas muitas participações em assemblages que resultam em inesquecível experiência vínica, quer ver como você a conhece? 
É presença fundamental do renomado Châteauneuf-du-Pape, onde costuma representar até 80% do corte,  nos iniqualáveis vinhos rosés da Provence, em combinação com outras castas da região, no famoso vinho doce natural Banyuls, harmonização clássica para o chocolate e na maioria dos vinhos do Rhône, sem falar nos ascendentes tintos do Priorato. A segunda  uva mais cultivada no mundo, não costuma ser vinificada como varietal, apresentando-se principalmente em assemblages, ou seja é utilizada em conjunto com outras uvas numa composição onde suas caraterísticas, fornecem caráter e equilíbrio ao vinho. Uma composição das muitas utilizadas, já é famosa, e até recebe uma sigla presente inclusive nos rótulos:"GSM", em referência à assemblage das castas GRENACHE, SYRAH E MOURVÈDRE. 
Características básicas: 
Origem: Atribui-se sua origem à Espanha, na região de Aragon, cercanias da cidade de Zaragoza, tendo migrado para a Rioja onde atualmente é menos cultivada, sendo no entanto muito cultivada e utilizada  em Navarra e no Priorato na Catalunha. Na França, se fixou principalmente nas regiões da Provence, no Vale do Rhône e em Languedoc-Roussillon. Presente também na  Itália na austrália e no E.U.A.(Veja abaixo os nomes com os quais é conhecida em outras regiões)
Características da cepa: É uma variedade robusta, vigorosa, que se comporta muito bem em terras áridas, muito resistente à secas e a ventos fortes, exemplo disto é a perfeita adequação à irreverência e persistencia do mistral na Provence,  apresentando no entanto uma sensibilidade à chuvas no período da floração.
Rica em açúcar, o que propicia vinhos com bom teor de álcool,  é pobre em taninos, apesar de ser uma casta tinta possui casca fina, o que a torna uma cepa ideal para vinhos rosés, sendo muito utilizada na Provence, é autorizada em todas as 9 AOCs, propiciando rosés com bom corpo e bastante frutados. 
Expressão: No vinho, alto volume de álcool, baixa acidez, média quantidade de taninos, quando jovem expressa-se pelos aromas de cerejas e ameixas, com discretas notas de especiarias e pimentas, o tempo lhe propicia notas de figos secos e cacau. No final de boca pode-se revelar com notas de torrefação, café e cacau com uma discreta estrutura tânica. 
A Grenache é casta utilizada também em cruzamentos, originando uma das castas muito conhecidas em Portugal: "Alicante Bouschet", resultante do cruzamento das castas: Petit Bouschet x Grenache e a também cultivada em Portugal: "Caladoc", num cruzamento exótico de Grenache x Malbec 
A esta uva, tão participativa nos prazeres proporcionados pelo vinho, foi criado um dia mundial, o Grenache Day, que por sinal é hoje, 23 de setembro, ficando aqui a minha homenagem à uma das uvas que mais aprecio e gosto de encontrá-la em assemblages, tanto nos rosés e tintos da Provence que já tive a oportunidade de degustar, bem como nos elegantes Châteauneuf-du-Pape e no delicioso Banyuls companheiro para momentos chocólatras;-)

Sinónimos para Grenache:

Aragonês (Espanha)
Jaune Bois (França)
Cannonau (Córsega e Sardenha)
Garnacha (Espanha)
Garnatxa (Catalão)
Garnacha Tinta/o (Espanha)
Guarnaccia (Campânia, Itália)
Lladoner (Espanha)
Lledoner Pelut (Roussillon, França)
Navarra (Espanha)
Rooi Grenache (África do Sul)
Roussillon (França)
Rivesaltes, (França)
Redondal (França)
Sans pareil (França)
Tinto Aragonés (vermelho de Aragão) (Espanha) não confundir com a aragonez ou aragonês de Portugal que equivale à tempranillo.

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